segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O que queres SsEeR quando fores grande?

Esta é a história de uma menina que adorava escrever. Ainda nem sabia ler e já as palavras dançavam na sua cabeça com criatividade e som. Tudo o que via e vivia podia ser pintado com palavras… de todas as formas e cores. Escrevia sem pensar e o lápis parecia ganhar vida. Sorria quando lhe perguntavam de onde vinham as suas ideias. Não vinham de lado nenhum. Estavam sempre ali como uma fonte de sabedoria. Todas as horas eram boas para escrever… todas. Acordava de noite muitas vezes para as pintar no papel e voltava a dormir como se fosse a coisa mais natural do mundo.


Um dia, na véspera de Natal teve uma brilhante ideia! Como não tinha dinheiro para comprar presentes para a família resolveu escrever poesia para todos. Fez os cartões e os envelopes e os laços e finalmente a parte mais fácil, as dedicatórias para as pessoas que amava. Muito orgulhosa de si, colocou-os junto à árvore iluminada e ficou a contempla-los e a imaginar o sorriso dos seus familiares quando lessem as suas palavras mágicas. A menina adorava surpresas e apesar de já não acreditar no pai natal preferia não coscuvilhar os embrulhos. Mas, e há sempre um mas numa boa história, a sua prima era muito curiosa e adorava descobrir o que ia receber. Para não desiludir a prima acompanhou-a na coscuvilhice e pediu apenas para não ver os que tinham o seu nome escrito. A prima delirava inclinando-se sobre os presentes mais volumosos e pesados… usando estratégias para descolar e voltar a colar a fita-cola sem que ninguém percebesse. No meio desta aventura pegou num pequeno envelope de papel feito á mão e disse: Ah! Este não interessa… É um papel, não vale nada…deve ter dinheiro dentro…não presta… O coração da menina bateu descompassado. Nem queria acreditar no que estava a ouvir… O pai natal a fingir chegou, a algazarra e os papéis pelo ar passaram, e os envelopes com as palavras mágicas foram para o lixo junto com os embrulhos rasgados…afinal não traziam nenhuma nota dentro.

A partir desse dia essa menina nunca mais foi a mesma. Quis ser muitas coisas quando fosse grande e nunca resultaram… quis ser médica, advogada, professora de ginástica, vendedora de tudo e mais alguma coisa… Vivia frustrada e triste por não se realizar profissionalmente. Dentro do seu coração estava escondido o seu verdadeiro dom que numa noite de natal foi resgatado pela dor e pela desilusão. Era como um feitiço do qual esta menina nem tinha consciência.


Num lindo dia de sol, já crescida com 3 lindos filhos, foi acompanhar o seu marido na apresentação oficial da sua empresa. Propuseram-lhe que o ajudasse na escrita e até se comprometeu a escrever uma metáfora por semana para publicar no site. Foi a cumprir esta tarefa que ela tomou consciência…Ouvia uma voz dentro dela que dizia :”Isso não presta…não dá dinheiro…não vale nada…” Não foi capaz de escrever nenhuma metáfora na primeira semana… até que resolveu enfrentar esta voz. Foi por isso que escreveu esta história e começou a libertar a menina escritora e poetisa há tanto tempo aprisionada. Essa menina sou eu! E esta é a metáfora mais verdadeira que alguma vez contei.

E tu? Será que ainda te lembras do que mais te apaixonava fazer quando eras criança? E o que querias ser quando fosses grande? Decidiste escolher a tua paixão ou os desejos dos outros? O que é que realmente te apaixona na vida? Acredito que se escolherem o que vos apaixona e caminharem para a Excelência, o sucesso virá atrás de vocês!

Deixo-vos com a sugestão de um filme que está a mudar a minha vida (Os três idiotas) e desejo que vivam o vosso talento. Obrigada do fundo do coração porque foi a pensar em vocês que escrevi a metáfora que me libertou!

Por Filomena :) (Fi Luz)

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