Um dia, na véspera de Natal teve uma brilhante ideia! Como não tinha dinheiro para comprar presentes para a família resolveu escrever poesia para todos. Fez os cartões e os envelopes e os laços e finalmente a parte mais fácil, as dedicatórias para as pessoas que amava. Muito orgulhosa de si, colocou-os junto à árvore iluminada e ficou a contempla-los e a imaginar o sorriso dos seus familiares quando lessem as suas palavras mágicas. A menina adorava surpresas e apesar de já não acreditar no pai natal preferia não coscuvilhar os embrulhos. Mas, e há sempre um mas numa boa história, a sua prima era muito curiosa e adorava descobrir o que ia receber. Para não desiludir a prima acompanhou-a na coscuvilhice e pediu apenas para não ver os que tinham o seu nome escrito. A prima delirava inclinando-se sobre os presentes mais volumosos e pesados… usando estratégias para descolar e voltar a colar a fita-cola sem que ninguém percebesse. No meio desta aventura pegou num pequeno envelope de papel feito á mão e disse: Ah! Este não interessa… É um papel, não vale nada…deve ter dinheiro dentro…não presta… O coração da menina bateu descompassado. Nem queria acreditar no que estava a ouvir… O pai natal a fingir chegou, a algazarra e os papéis pelo ar passaram, e os envelopes com as palavras mágicas foram para o lixo junto com os embrulhos rasgados…afinal não traziam nenhuma nota dentro.
A partir desse dia essa menina nunca mais foi a mesma. Quis ser muitas coisas quando fosse grande e nunca resultaram… quis ser médica, advogada, professora de ginástica, vendedora de tudo e mais alguma coisa… Vivia frustrada e triste por não se realizar profissionalmente. Dentro do seu coração estava escondido o seu verdadeiro dom que numa noite de natal foi resgatado pela dor e pela desilusão. Era como um feitiço do qual esta menina nem tinha consciência.
Num lindo dia de sol, já crescida
com 3 lindos filhos, foi acompanhar o seu marido na apresentação oficial da sua
empresa. Propuseram-lhe que o ajudasse na escrita e até se comprometeu a
escrever uma metáfora por semana para publicar no site. Foi a cumprir esta
tarefa que ela tomou consciência…Ouvia uma voz dentro dela que dizia :”Isso não
presta…não dá dinheiro…não vale nada…” Não foi capaz de escrever nenhuma
metáfora na primeira semana… até que resolveu enfrentar esta voz. Foi por isso
que escreveu esta história e começou a libertar a menina escritora e poetisa há
tanto tempo aprisionada. Essa menina sou eu! E esta é a metáfora mais
verdadeira que alguma vez contei.
E tu? Será que ainda te lembras do
que mais te apaixonava fazer quando eras criança? E o que querias ser quando
fosses grande? Decidiste escolher a tua paixão ou os desejos dos outros? O que
é que realmente te apaixona na vida? Acredito que se escolherem o que vos
apaixona e caminharem para a Excelência, o sucesso virá atrás de vocês!
Deixo-vos com a sugestão de um filme
que está a mudar a minha vida (Os três idiotas) e desejo que vivam o vosso talento. Obrigada do fundo do coração porque
foi a pensar em vocês que escrevi a metáfora que me libertou!
Por Filomena :) (Fi Luz)
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